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Por que paciente que já teve diagnóstico positivo pode testar negativo para Covid-19

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Após a confirmação da terceira morte por coronavírus em Santa Maria, no último domingo, muitas pessoas foram para a internet tentar buscar informações que explicassem a causa do óbito da idosa de 72 anos, que estava internada há cerca de um mês no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). O debate se deu, principalmente, após a divulgação dos resultados dos exames realizados na paciente: o primeiro, feito em 4 de maio, deu positivo para a doença; já o segundo e último, coletado em 21 de maio, apresentou resultado "não detectado" para o vírus. 

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O médico epidemiologista da prefeitura Marcos Lobato, que também é coordenador do Centro de Referência Municipal de Covid-19, explica que é completamente normal, em regiões em que se há maior oferta de testes - como Santa Maria, que teve sua capacidade ampliada após os laboratórios da UFSM e UFN começarem a realizar o diagnóstico molecular -, que o exame seja feito mais de uma vez, para se ter certeza de que o paciente não está mais transmitindo o vírus. 

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- O teste é repetido para verificar se o paciente não tem mais o vírus detectável em vias aéreas, para tirar ele do isolamento. Com o tempo, todos os pacientes tendem a ter o vírus não detectável, inclusive é o esperado. Não quer dizer que ele não esteja no corpo ou que a pessoa não tenha ficado doente pelo vírus. No caso dessa senhora, ela estava tão comprometida já pelo coronavírus, que mesmo quando ele já não estava detectável, ele ocasionou consequências - afirma o especialista. 

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Como exemplo, Lobato cita alguns países em que o critério para a pessoa ser liberada do isolamento é o resultado "não detectável" do exame. Só assim, é possível saber se a pessoa está ou não transmitindo o vírus.

- Não tem mais nada a ver com diagnóstico, isso tem que ficar bem claro. Se já teve o diagnóstico positivo, o vírus estava ali e causou o adoecimento dessa pessoa. O fato de o vírus não estar mais detectável, não anula o anterior. Essa senhora tinha Covid-19, foi internada, foi tratada, mas infelizmente veio a óbito por causa disso. O quadro dela estava muito comprometido. Qualquer pessoa que tenha positivado há uma semana, pode dar negativo uma ou duas semanas depois. Isso não quer dizer que ela não teve.

O CASO 

Avanir Terezinha Lunardi Pereira, 72 anos, morreu no final da manhã do último domingo, por volta das 11h. Ela tinha hipertensão, diabete e problemas renais e, por isso, era grupo de risco. Segundo a prefeitura, Avanir buscou a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) em 24 de abril, com suspeita de contágio pela doença. 

À época, ela foi até a UPA com o marido, Roni Machado, 76 anos, que também apresentava quadro semelhante. Ele esteve internado, com ela, na ala da Covid-19 do Husm. Machado ficou hospitalizado por oito dias e, depois, deu alta. Ela permaneceu na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Husm, onde veio a óbito.

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